O Boletim dos Cientistas Atômicos disse na quinta-feira (25/1) que o relógio avançou 30 segundos, ficando mais perto do que nunca da hora do apocalipse.
A última vez que o relógio esteve dois minutos antes da meia-noite foi em 1953, quando os Estados Unidos e a antiga União Soviética realizavam testes de bombas de hidrogênio
Washington, Estados Unidos - O "Doomsday Clock" (Relógio nuclear), que simboliza a iminência de um cataclismo mundial, avançou e está a dois minutos da meia-noite, por causa do risco crescente de uma guerra nuclear e do quão "imprevisível" pode ser o presidente americano, Donald Trump.
O Boletim dos Cientistas Atômicos disse nesta quinta-feira (25/1) que o relógio avançou 30 segundos, ficando mais perto do que nunca da hora do apocalipse.
"Em 2017, os líderes mundiais falharam em responder de maneira efetiva ao aparecimento de ameaças como uma guerra nuclear e a mudança climática, tornando mais perigosa a segurança global do que havia sido um ano antes e como não era desde a Segunda Guerra Mundial", segundo declaração de um grupo de intelectuais que abarca áreas de Relações Internacionais, Ciências, Meio ambiente e Segurança.
A última vez que o relógio esteve dois minutos antes da meia-noite foi em 1953, quando os Estados Unidos e a antiga União Soviética realizavam testes de bombas de hidrogênio. "Nas discussões deste ano, mais uma vez os assuntos nucleares se colocaram no centro do cenário", disse Rachel Bronson, presidente e diretora-executiva do Boletim dos Cientistas Atômicos.
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Bronson mencionou os novos testes realizados pela Coreia do Norte, um maior compromisso com as armas nucleares de China, Paquistão e Índia, assim como as "imprevisíveis" declarações do presidente dos Estados Unidos no Twitter.
O "Doomsday Clock" foi criado em 1947. Seu horário já mudou 20 vezes desde então, em uma faixa que vai de dois minutos para a meia-noite, a 17 minutos antes da meia-noite, em 1991.
No último ano se moveu de três minutos antes da meia-noite para dois minutos e meio. No ano passado, o programa nuclear da Coreia do Norte "fez progressos notáveis", assinalou o grupo na declaração. E "as ações provocativas e a retórica" de Estados Unidos e Coreia do Norte "aumentaram a possibilidade de uma guerra nuclear".
Robert Rosner, professor do Departamento de Astronomia, Astrofísica e Física da Universidade de Chicago, assinalou a administração Trump por suas "inconsistências", que, segundo ele, pioram os riscos nucleares e "constituem um grande desafio" para "a estabilidade global". As relações tensas entre Estados Unidos e Rússia também são uma ameaça, disse Sharon Squassoni, professor do Instituto para a Ciência Internacional e Políticas de Tecnologia na Universidade George Washington.
"Pela primeira vez em muitos anos não estão em marcha negociações sobre o controle de armas nucleares entre Estados Unidos e Rússia", indicou. A mudança climática também é um fator de preocupação. Em 1953 "era uma ameaça hipoteticamente distante", sustentou Sivan Kartha, cientista do Stockholm Environmental Institute.
Desde então, o dióxido de carbono aumentou seis vezes e o meio ambiente aqueceu cerca de 1ºC. No ano passado se viu um aquecimento extremo no mundo, danos catastróficos de furacões no Caribe e incêndios devastadores, afirmou Kartha.
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