Um exoplaneta enorme, considerado “muito estranho”, foi descoberto por dois grupos de astrônomos que trabalham de forma independente na Alemanha.
Chamado de Kepler-432B, este corpo celeste foi monitorado pelo telescópio espacial Kepler, da Nasa, entre 2009 e 2013, e foi identificado como um possível candidato a “planeta” em 2011. Depois de observações realizadas em Calar Alto, na Andaluzia, Espanha, e o Telescópio Óptico Nórdico em La Palma, nas Ilhas Canárias, os pesquisadores confirmaram que, de fato, trata-se de um planeta.
Analisando os dados de ambos os telescópios, os pesquisadores descobriram que Kepler-432B é incrivelmente denso: tem o mesmo tamanho de Júpiter, porém sua massa é seis vezes maior do que o gigante gasoso. Ele orbita de maneira incomum uma gigante vermelha que possui um raio quatro vezes maior do que o nosso Sol, fato também considerado incomum pelos pesquisadores.
"A maioria dos planetas conhecidos que se deslocam em torno de estrelas gigantes têm órbitas grandes e circulares," disse Davide Gandolfi, astrônomo envolvido na descoberta, que trabalha no Centro de Astronomia da Universidade de Heidelberg, na Alemanha. "Com sua órbita pequena e muito alongada, Kepler-432B é um verdadeiro 'maverick' entre os planetas deste tipo", completou o pesquisador em um comunicado.
Por conta disso, estações de Kepler-432B são extremas, com temperaturas que variam de 500 graus Celsius, no inverno, a 1000 graus Celsius, no verão. Um ano no planeta corresponde a cerca de 52 dias da Terra, de acordo com os pesquisadores.
Este planeta é apenas um dos cinco observados que orbitam a gigante vermelha a uma distância tão próxima. Gigantes vermelhas são estrelas em sua última fase da vida. Durante seu ciclo, elas podem aumentar de 10 a 100 vezes o seu tamanho original, e, à medida que crescem, todos os planetas próximos correm o risco de serem devorados.
Assim, embora Kepler-432B tem sobrevivido até agora tão próximo de sua estrela, ele, provavelmente, não durará muito mais tempo. De acordo com estimativas dos pesquisadores, o planeta deverá ser “engolido” pela expansão de sua estrela dentro de 200 milhões de anos. Dois artigos sobre a descoberta foram publicados no último mês na revista Astronomy and Astrophysics.
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